belly o verão que mudou a minha vida

Nem Conrad, nem Jeremiah: Belly deveria escolher… a própria Belly

Em O Verão que Mudou a Minha Vida, a obsessão pelo “endgame” cega e a protagonista também erra. Minha torcida? Que ela se escolha

A terceira e última temporada de O Verão que Mudou a Minha Vida está chegando à sua reta final. Enquanto a Internet passa horas brigando para defender “o lado certo” (Team Conrad ou Team Jeremiah), a discussão que realmente importa costuma ficar de lado: a própria Belly. No fim das contas, não é só sobre com quem ela vai ficar; é sobre o jeito confuso, imaturo e, às vezes, egoísta com que ela lida com todo mundo ao redor.

E aqui eu volto ao questionamento que tem guiado as minhas colunas sobre esse assunto: até que ponto a narrativa de “endgame” e “alma gêmea” justifica tudo? Se apontamos falhas de Conrad e Jeremiah, por que a Belly segue intocável nesse debate? Ela também toma decisões duvidosas e magoa quem está por perto. Não é sobre “cancelá-la”, é sobre enxergar a protagonista para além do romance idealizado.

belly o verão que mudou a minha vida
Belly, Jeremiah e Conrad em cena da série O Verão que Mudou a Minha Vida | Divulgação

Um exemplo? Logo na primeira temporada, Belly se envolve com Jeremiah, beija Conrad na praia e depois dá um fora no melhor amigo — esperando que ele aceite numa boa porque, afinal, o irmão seria sua “alma gêmea”. De verdade: alguém aqui aceitaria essa situação de boa?

Chamar Jeremiah de “manchild” está na moda, mas o mesmo diagnóstico cabe à Belly. Em muitos momentos: ela raramente se mostra pronta para assumir as consequências das próprias escolhas.

Essa confusão não surge do nada. Parte vem de quem deveria ser referência. Foi Susannah quem alimentou a ideia de que a Belly estava “destinada” a um dos irmãos Fisher. Até que ponto esse amor é real e até que ponto foi um futuro inevitável imposto a ela desde sempre? Laurel, mesmo mais sensata, nunca pareceu totalmente presente. E os pais… esses, sinceramente, nem precisam ser mencionados.

A cada temporada, Belly gira em torno dos irmãos: primeiro Conrad; depois Jeremiah, quando percebe que Conrad não era o príncipe encantado; agora, de novo Conrad, depois de ver que Jeremiah também tem falhas reais. Ela não escolhe por amor. Escolhe pelo contraste da decepção com o outro.

“Mas por aqui somos um perfil feito por mulheres e que apoia mulheres.” Então, como você pode dizer isso? Porque apoiar mulheres não significa ignorar atitudes problemáticas de uma personagem só porque ela é “a mocinha” da história. Responsabilização também é sobre maturidade e é isso que espero ver na reta final.

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Belly deveria terminar sozinha, indo para Paris | Divulgação

Minha torcida, então, é que a série quebre o ciclo. Que a Belly termine sozinha. Não por punição, mas para se encontrar. Para descobrir quem ela é além da órbita dos irmãos Fisher. Talvez o verdadeiro amadurecimento da protagonista esteja em sair dessa órbita e, finalmente, escrever a própria história — sem “alma gêmea”, sem “endgame”, sem roteiro pronto. Belly por Belly.

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daniellacadavez@gmail.com

A Dani é a nossa Girl Boss e diretora na Legião dos Heróis. É Millennial com orgulho, fã de Star Wars, Disney, Jogos Vorazes, ficção científica e romances de época.

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