
Você compraria a água do banho da Sydney Sweeney?
O novo produto da atriz de Euphoria reacende um debate urgente: onde termina a admiração por uma celebridade e onde começa o culto?
Em 2025, a gente nem precisa mais dizer que celebridades são marcas. Mas o novo produto da Sydney Sweeney conseguiu elevar essa lógica a um novo (e, no mínimo, curioso) patamar: ela lançou um sabonete feito com a água real do próprio banho. Sim. Literalmente.
O produto se chama Sydney’s Bathwater Bliss e será vendido em parceria com a marca Dr. Squatch. A ideia surgiu após fãs brincarem — ou não — que queriam “um frasco com a água do banho da atriz”. Sydney e sua equipe ouviram, processaram… e monetizaram.
Não é piada. É branding.

Fetiche, performance ou marketing?
O mais interessante disso tudo é como essa campanha — e tantas outras que vieram antes — escancara uma lógica que existe há muito tempo: a de que, no fundo, o público não quer só admirar. Ele quer possuir um pedaço do artista…
A cultura de fãs saiu do fã-clube e entrou no carrinho de compras.
Hoje, vendem-se velas com “cheiro íntimo” (oi, Gwyneth Paltrow), frascos de “ar de show” (obrigada, boybands), chicletes mascados, roupas usadas, e por aí vai.
Parece absurdo, mas faz sentido quando a gente entende o funcionamento simbólico desses produtos. Eles funcionam como relíquias modernas — itens que carregam a ideia de toque, de proximidade, de exclusividade.
O culto às celebridades virou mercado
Se antes o altar era a TV, hoje ele é o feed. Os santos? Atores, cantoras, influencers. E os devotos? Seguidores com cartão de crédito na mão.
As celebridades estão mais conscientes do que nunca do próprio valor e estão capitalizando o desejo do público de maneiras que ultrapassam os contratos tradicionais. O que era entretenimento agora também é consumo direto. É a Economia da Intimidade.
A gente assiste, comenta, compartilha… e compra. Seja um perfume com DNA de celebridade ou um sabonete com “essência de banho”.
No fim, a pergunta que fica é: onde termina a admiração e começa o culto?
Esse é o ponto mais importante da discussão. Porque, por trás da embalagem fofa e da estética dessas campanhas, existe algo maior: um jogo de afeto, projeção, desejo e mercado.
E quando a celebridade se transforma num objeto de posse — literalmente — o que isso diz sobre a forma como consumimos imagem, corpo e presença?
Mais do que julgar quem compraria (ou quem venderia), vale olhar com atenção: estamos mesmo prontos pra lidar com a intensidade com que amamos quem nem nos conhece?