Entrevista: Lowell Straight lança single “Na Mira” e fala sobre carreira, influências e conexão com o Brasil

Lowell Straight é um nome em ascensão na cena musical sul-coreana! Hwang Jun Seok, mais conhecido como Lowell Straight, lançou seu primeiro EP, A Delusional Boy, em 2022. Desde então, tem explorado diferentes sonoridades que transitam entre o hip-hop, o alternativo e o R&B.

Multiartista, ele escreve, compõe, produz e interpreta suas músicas. Seu novo lançamento, Na Mira, marca uma fase de transição e amadurecimento. Criada durante sua turnê pelo Brasil, a faixa — em colaboração com o cantor IFCHAN — reflete as experiências vividas durante sua passagem pelo país.

Em entrevista, Lowell Straight compartilhou os bastidores do novo single, sua conexão com o público brasileiro e os próximos passos de sua carreira. Confira!
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Lowell Straight
Lowell Straight | Foto: Lara Saeki

Você estreou com A Delusional Boy, em 2022. Como você sente que cresceu artisticamente desde então?

Naquela época, acho que ainda não tinha uma direção musical muito clara. Foi uma tentativa de criar músicas que agradassem ao público coreano, mas não era exatamente o tipo de música que eu queria fazer. Eu estava mais focado em alcançar o sucesso rapidamente. Depois disso, comecei a refletir mais sobre como expressar quem eu sou através da música. Embora o aspecto financeiro seja importante, meu verdadeiro objetivo é deixar um legado através das minhas obras. 


Você escreve, compõe, produz e performa suas músicas. Qual parte desse processo você considera mais terapêutica?

Gostaria que todas as partes fossem prazerosas, mas, no processo de criação musical, nem tudo é sempre feliz. A vida do artista está profundamente entrelaçada com a música, especialmente no Hip-Hop. Embora meu som esteja mais próximo do alternativo do que do hip-hop tradicional, comecei minha jornada musical admirando rappers americanos e coreanos. Por isso, sempre busco expressar minha verdadeira essência. O processo nem sempre é fácil, mas quando estou no palco, sinto como se tudo fosse validado. É nesse momento que encontro a maior alegria.


Durante sua turnê no Brasil, o que mais te surpreendeu? Como foi a conexão com os fãs brasileiros?

Essa turnê foi uma das mais energéticas que já fiz. Estava preocupado com meu inglês limitado, mas percebi que, mesmo com barreiras linguísticas, as emoções se comunicam. Quando olhava nos olhos dos fãs enquanto cantava, sentia gratidão e motivação para continuar dando o meu melhor.


Como a cultura, os ritmos ou as pessoas do Brasil influenciaram seu processo criativo enquanto você esteve aqui?

Sinceramente, não senti os brasileiros como estranhos. O Brasil me parecia um lugar muito acolhedor. Em termos criativos, essa experiência ampliou minha visão de mundo e me ajudou a sair de certas limitações que eu havia imposto a mim mesmo. Foi um momento de crescimento pessoal, não apenas como músico, mas como ser humano.


‘Na Mira’ é uma música muito pessoal. Como surgiu a ideia para essa canção?

Um momento marcante foi quando passei um tempo sozinho na praia de Copacabana. Sentado ali, percebi que talvez eu estivesse me limitando demais. Sempre valorizei minhas filosofias e princípios como artista, mas, ao interagir com diversas pessoas e culturas no Brasil, minha perspectiva se expandiu naturalmente. O título ‘Na Mira’ reflete bem meu estado de espírito na época. Estava reconsiderando meus objetivos e direções. Essa música é uma expressão desse processo de mudança pessoal.


Podemos esperar mais “português” em suas futuras músicas?

A sonoridade e a entonação do português têm um groove muito cativante. Ainda estou explorando como incorporar letras em português nas minhas músicas, mas já estou experimentando. Ao escrever letras em coreano, tento capturar a pronúncia e a sensação do português para criar uma atmosfera semelhante. Acredito que continuarei explorando essas possibilidades para ampliar meu espectro musical.


Tem algum artista com quem gostaria de colaborar ou algum gênero musical novo que deseja explorar?

Recentemente, comecei a andar de skate, e isso despertou um interesse pela cultura que o envolve e comecei a ouvir mais rock. Estou planejando estudar mais sobre o rock e espero que essa influência reflita naturalmente na minha música. Quanto a colaborações, gosto de trabalhar com músicos que compartilham não apenas afinidades musicais, mas também uma mentalidade artística semelhante. No momento, não tenho um artista específico em mente, mas estou sempre aberto a colaborações e trocas criativas.


Com influências diversas e um olhar voltado para a autenticidade, Lowell Straight segue expandindo sua música para além das fronteiras linguísticas e geográficas. E Na Mira é um exemplo claro dessa nova fase: um trabalho que une vivência, experimentação e conexão com o público!


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A Bru é aspirante a atriz de musicais nas horas vagas, dorameira e fã de animações.

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