carrie Bradshaw e Belly

Belly é a Carrie Bradshaw da geração Z?

O “amor impossível” por trás de Belly e Carrie: duas épocas, o mesmo roteiro emocional e o fascínio pelo que não está disponível

Após assistir à última temporada de O Verão que Mudou a Minha Vida avança, mais eu vejo como a Belly me lembra Carrie Bradshaw. Em tempos e universos diferentes, ambas repetem um padrão bem conhecido: correr atrás de homens complexos, emocionalmente indisponíveis e envoltos em mistério. Não é só paixão; é o vício no enigma.

carrie e Mr Big
Carrie Bradshaw e Mr Big em cena da série Sex and The City | Reprodução

Carrie passou anos idealizando Mr. Big, um charme ambulante cercado por barreiras afetivas. A persistência dela, disfarçada de amor épico, também era a dificuldade de aceitar estabilidade e previsibilidade.

Com Belly, a lógica se repete. Conrad é o “grande romance” desde sempre, não apenas porque o enredo a empurra para a ideia de alma gêmea, mas porque a instabilidade dele aciona a fantasia de decifrar o inatingível.

A Cultura Pop nos ensinou a desconfiar do amor fácil. A cada recaída de Conrad, Belly confirma a narrativa de que o “quase lá” é mais apaixonante do que o amor que já a escolheu.

conrad, belly e Jeremiah
Conrad, Belly e Jeremiah em carta da terceira temporada da série O Verão que Mudou a Minha Vida | Reprodução

É aqui que o padrão fica mais evidente. Carrie e Belly orbitam a mesma crença: o amor só é verdadeiro quando dói. A hesitação constante vira prova de intensidade; a falta de segurança vira adrenalina; a ambivalência vira poesia. É sedutor, é pop, rende diálogos e cenas lindas — e, ao mesmo tempo, mantém as protagonistas presas a um ciclo em que a fantasia fala mais alto do que a realidade possível.

Resta a pergunta incômoda e necessária. O problema está apenas nos “homens difíceis”? Ou será que, como Carrie e Belly, muitas vezes também não sabemos o que fazer quando a vida nos oferece um amor simples, saudável e estável? Talvez Carrie seja apenas a versão adulta da mesma história que Belly está vivendo agora. Talvez todas nós, em algum momento, tenhamos preferido o palco do drama ao sofá da paz. Reconhecer esse roteiro é o primeiro passo para reescrevê-lo.

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daniellacadavez@gmail.com

A Dani é a nossa Girl Boss e diretora na Legião dos Heróis. É Millennial com orgulho, fã de Star Wars, Disney, Jogos Vorazes, ficção científica e romances de época.

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