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The Rocky Horror Picture Show: o filme que ensinou o mundo a dançar fora do padrão

O popular musical cult completa 50 anos e volta aos cinemas em versão restaurada em 4K reafirmando o poder de ser estranho, livre e inesquecível

Em 1975, um musical excêntrico e provocador estreava sem alarde e parecia destinado ao esquecimento. Mas meio século depois, The Rocky Horror Picture Show continua em cartaz, literalmente.


O filme retorna hoje às telonas em uma versão restaurada e remasterizada em 4K Ultra HD, celebrando 50 anos de rebeldia, ousadia e culto coletivo.

O longa, baseado no espetáculo teatral criado por Richard O’Brien, com direção de Jim Sharman e produção de Lou Adler e Michael White, não foi apenas um musical de rock; foi uma revolução estética e comportamental que redefiniu o cinema da meia-noite.

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Cena do filme The Rocky Horror Picture Show que volta aos cinemas | Reprodução

Quando o absurdo virou libertação

A trama começa como uma paródia de filmes de terror e ficção científica dos anos 50, mas rapidamente se transforma em algo muito maior.

Brad (Barry Bostwick) e Janet (Susan Sarandon) são um casal certinho que sofrem um acidente no meio da noite (o pneu do carro fura) e encontram abrigo no castelo de Dr. Frank-N-Furter, um diferente, interpretado com brilhantismo e escândalo por Tim Curry, que está criando um homem perfeito.

Entre danças, experimentos e declarações de desejo, o castelo se torna um espaço onde tudo é permitido e ninguém é apenas o que parece.

É nesse caos proposital que The Rocky Horror Picture Show encontra sua força: uma história sobre libertação e identidade, muito antes de o cinema estar pronto para falar sobre isso.

A criação de um mito cult

Lançado originalmente como um musical alternativo no circuito londrino, The Rocky Horror Picture Show parecia uma anomalia cinematográfica.

Mas nas sessões noturnas de Los Angeles e Nova York, o filme encontrou seu público:  fãs que não só assistiam, mas participavam.

Durante as exibições, espectadores se fantasiavam dos personagens, gritavam falas junto com os atores e encenavam trechos diante da tela.

Essa interação espontânea deu origem ao conceito de “cinema participativo”, transformando a experiência em uma performance coletiva, em um rito de celebração e pertencimento.

Desde então, The Rocky Horror Picture Show passou a ser exibido semanalmente em cinemas ao redor do mundo, tornando-se o filme há mais tempo em cartaz da história.

Um elenco que virou ícone

O sucesso do filme transformou Tim Curry em um dos maiores ícones cult do século XX.

Sua performance como Frank-N-Furter — sensual, debochada e impossível de categorizar — se tornou símbolo da liberdade de gênero e da androginia como expressão artística.


Ao lado dele, Susan Sarandon e Barry Bostwick firmaram seus nomes no cinema, enquanto o roqueiro Meat Loaf adicionava à trilha sonora o peso e o ritmo que ajudaram a definir a identidade do longa.

Com figurinos extravagantes, maquiagens exageradas e músicas que se tornaram hinos (“Sweet Transvestite”, “The Time Warp”, “Touch-a, Touch-a, Touch Me”), o filme transformou o kitsch em linguagem e a transgressão em arte.

O impacto cultural de The Rocky Horror Picture Show

O que torna The Rocky Horror Picture Show atemporal não é apenas seu humor camp, mas sua mensagem subversiva.

Em plena década de 1970, marcada por crises políticas e morais, o filme questionava os padrões de gênero, o moralismo e a própria ideia de normalidade. Era ousado, erótico, estranho e libertador.

A crítica demorou a compreender, mas o público transformou a obra em culto. Cinco décadas depois, Rocky Horror segue como uma celebração daquilo que o cinema raramente conseguiu capturar: a alegria de ser diferente.

Em um mundo que ainda tenta enquadrar o que foge da norma, The Rocky Horror Picture Show continua relevante por um motivo simples: porque ele nunca pediu permissão para existir.

Serviço | The Rocky Horror Picture Show 50 anos

Estreia: 13 de novembro de 2025
Versão: Restaurada e remasterizada em 4K Ultra HD

 Direção: Jim Sharman
Elenco: Tim Curry, Susan Sarandon, Barry Bostwick, Meat Loaf, Richard O’Brien
Trilha sonora: Richard Hartley, com canções de Richard O’Brien

About the Author /

daniellacadavez@gmail.com

A Dani é a nossa Girl Boss e diretora na Legião dos Heróis. É Millennial com orgulho, fã de Star Wars, Disney, Jogos Vorazes, ficção científica e romances de época.

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