ORSON WELLES

Quando a ficção virou pânico: a invasão alienígena de 1938

Orson Welles e a noite que o rádio transformou ficção em histeria coletiva

Você conhece a história do dia em que uma invasão alienígena causou pânico nos Estados Unidos? Calma, eu explico!

Não foi um ataque real, mas um programa de rádio que parecia um noticiário urgente e de verdade. Em 30 de outubro de 1938, véspera de Halloween, o jovem diretor Orson Welles adaptou para o Mercury Theatre on the Air o clássico A Guerra dos Mundos de H. G. Wells, transformando ficção científica em uma simulação tão convincente que os ouvintes acreditaram em uma invasão marciana.

A dramatização impecável

Welles estruturou a transmissão como um boletim de jornal ao vivo: músicas eram abruptamente interrompidas por comunicados de emergência, repórteres “no local” narravam explosões, e sons de destruição ecoavam pelos alto-falantes. O aviso de que se tratava apenas de uma dramatização passou despercebido por quem sintonizou a rádio após a introdução. Em questão de minutos, relatos de cidades em chamas, raios de calor e “vítimas marcianas” soavam tão reais quanto uma transmissão convencional.

manchete a guerra dos mundos
Reprodução Internet

Pânico na vida real

Quando os primeiros relatos de “nuvens de fumaça” e “máquinas de guerra alienígena” chegaram aos telefones públicos, quem ouviu tentou fugir em carros, armou-se e invadiu delegacias em busca de orientação. Postos policiais foram inundados por ligações desesperadas, e equipes de reportagem reabriram telejornais de madrugada. Houve até quem acreditasse ter visto destroços de naves! Décadas depois, historiadores questionam se o pânico foi alimentado pela imprensa, mas não há dúvida de que a dramatização de Welles provou o poder do rádio em moldar percepções.

Legado e reflexões sobre desinformação

O episódio de 1938 antecipou debates contemporâneos sobre a responsabilidade dos meios de comunicação e a difusão de notícias falsas. Se hoje falamos sobre “fake news” , naquela noite o público conheceu esse conceito pela primeira vez. Orson Welles, então com apenas 23 anos, transformou seu nome em sinônimo de experimentação radiofônica e mostrou que, por trás de cada transmissão, há sempre a escolha de contar a verdade ou criar realidades paralelas.

ilustração livro a guerra dos mundos
Ilustrações do livro A Guerra dos Mundos | Reprodução

A origem da história

Por fim, vale lembrar que A Guerra dos Mundos nasceu no papel em 1898, quando o escritor inglês H. G. Wells publicou o romance que descrevia uma invasão marciana à Terra, acompanhada de críticas ao imperialismo e à confiança cega na ciência . Quatro décadas depois, foi essa mesma narrativa que Orson Welles transformou em histeria coletiva, provando que, no rádio, uma boa história pode virar realidade.

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daniellacadavez@gmail.com

A Dani é a nossa Girl Boss e diretora na Legião dos Heróis. É Millennial com orgulho, fã de Star Wars, Disney, Jogos Vorazes, ficção científica e romances de época.

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