
Bailarina: spin-off entrega ação, vingança e a essência do universo de John Wick
Ação bem coreografada, busca por vingança e o charme sombrio do submundo: Bailarina entrega o que esperamos de um spin-off de John Wick!
Busca por vingança e lutas muito bem coreografadas: essa é a fórmula de John Wick. Uma franquia que nunca se preocupou em entregar roteiros super aprofundados, mas que conquista o público com sequências de ação impecáveis e uma mitologia própria que desperta interesse. Dito isso, Bailarina é, sim, um filme que se encaixa perfeitamente nesse universo.
Afinal, entrega exatamente isso: busca por vingança e muitas cenas de ação caprichadas. Ele reinventa a roda? Não. Mas sejamos sinceros… nenhum filme de John Wick faz isso. O mérito da franquia sempre foi entregar um arroz com feijão muito bem feito.
Antes de ir ao cinema conferir o novo spin-off, fiz meu dever de casa e assisti novamente aos outros filmes da saga. E, preciso dizer que ter reassistido, principalmente ao primeiro filme, me fez chegar ao cinema com o pé no chão. Pé no chão para lembrar que John Wick, em sua origem, já não era um filme super complexo e contextualizado — então não tinha porque esperar que Bailarina fosse algo completamente diferente disso.
Não me leve a mal, eu gosto desse universo. Ele cumpre muito bem seu papel de entreter, só não é sobre contar histórias profundas, e está tudo bem. Sendo bem honesta, como boa parte do público da franquia é majoritariamente masculino — e que uma fatia deles adora odiar qualquer história protagonizada por uma mulher —, quis garantir que eu estava com tudo bem fresco na memória, para poder fazer um julgamento justo.
Isso só fez minha experiência com Bailarina ser ainda melhor. Na minha — humilde — opinião, o filme conseguiu contextualizar bem a origem da protagonista e, de quebra, ainda mergulhar na organização da qual ela faz parte, a Ruska Roma. A partir daí, aquela clássica jornada de vingança — nesse caso, pela morte dos pais — fluiu de forma mais orgânica.
Minha impressão foi que eles conseguiram fazer algo que Viúva Negra (2021) tentou, mas falhou. A Ruska Roma tem bons toques de “Sala Vermelha”, que treina jovens, com muita rigidez, para serem assassinas implacáveis. Mas, diferente de Viúva Negra, aqui eles souberam aproveitar esse contexto para inaugurar o palco para as cenas de ação que, no fim das contas, são o foco do filme.
E o mérito disso não é só da direção, a atuação da Ana de Armas fez toda a diferença. O trabalho corporal dela é impecável e é visível o quanto ela se esforçou para manter o legado de John Wick — aquele padrão altíssimo de coreografia de lutas que a franquia carrega. Quanto à participação de Keanu Reeves, acredito que ele vem para agradar aos fãs, mas sem atrapalhar o protagonismo da personagem da Ana de Armas.
Não estou aqui pra dizer se Bailarina é melhor ou pior que as outras produções da franquia. Até porque, não acho que ele se proponha a ser melhor ou pior. Mas posso dizer que saí satisfeita com o que assisti. Seja pelas semelhanças, ou pelas diferenças, sinto que esse spin-off encontrou o tom certo para ter seu próprio espaço dentro do universo de John Wick.
Se você gosta de filmes de ação, de John Wick e de uma protagonista feminina forte metendo a porrada em todo mundo, vale a pena assistir no cinema!
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A trama de Bailarina
Ambientado no universo de John Wick, o filme acompanha Rooney (Ana de Armas), uma jovem treinada desde a infância para ser uma assassina profissional. Após ter sua família morta, ela embarca em uma jornada de vingança, utilizando suas habilidades de combate, estratégias de infiltração e o mesmo código de honra que rege os assassinos desse universo.
Bailarina se passa entre os eventos de John Wick: Capítulo 3 – Parabellum (2019) e John Wick 4 (2023). E vale lembrar que, no terceiro filme, conhecemos brevemente a personagem da Diretora (interpretada por Anjelica Huston), responsável por treinar jovens em uma escola que funciona como fachada para formar assassinos — com aulas de balé e artes marciais. É justamente nessa escola, a tradicional organização Ruska Roma, que surge a protagonista de Bailarina.
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