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Wicked: como o musical mais amado da Broadway virou o evento da década

Do livro à superprodução da Universal, Wicked sobreviveu a anos de espera, ganhou duas estrelas icônicas e se tornou o musical mais aguardado do cinema moderno

Antes de se tornar um fenômeno global, Wicked era apenas uma ideia ousada: e se a Bruxa Má do Oeste tivesse razão?


A pergunta nasceu nas páginas do livro Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West, escrito por Gregory Maguire em 1995. A obra é uma reinterpretação da história de O Mágico de Oz sob uma nova ótica: a de Elphaba, uma jovem idealista e rejeitada pela cor de sua pele verde, que se transforma em símbolo de resistência em um mundo corrompido.

O livro inverteu o clássico maniqueísmo dos contos de fadas e propôs algo radical: a vilã também é vítima. E foi exatamente essa subversão que conquistou o público e chamou a atenção dos produtores da Broadway.

elenco original de wicked na broadway
Elenco original do musical Wicked na Broadway | Reprodução

O musical, com letras de Stephen Schwartz e libreto de Winnie Holzman, estreou em 2003 com Idina Menzel como Elphaba e Kristin Chenoweth como Glinda; e foi um sucesso instantâneo.


Em meio à era dos musicais pop, Wicked se tornou o maior sucesso da Broadway do século 21, acumulando bilhões em bilheteria e se tornando referência cultural, especialmente entre os jovens que cresceram ouvindo Defying Gravity e Popular.

Mais de vinte anos depois, sua história chega ao cinema como uma nova lenda moderna, pronta para apresentar Oz a uma nova geração.

A promessa de mais de uma década

O caminho até as telas, no entanto, foi longo. A Universal Pictures comprou os direitos do musical em 2004 mas, desde então, o projeto parecia impossível.


Diretores entravam e saíam, roteiros eram reescritos e o custo da produção parecia impraticável. O caso se tornou um clássico “development hell”: um limbo de ideias e tentativas que nunca saíam do papel.

Baseado no musical da Broadway, o filme exigia uma escala que o cinema evitava desde O Retorno de Mary Poppins. Recriar Oz com a grandiosidade do palco, mas sem perder sua emoção íntima, era o desafio que travava o projeto há mais de uma década.

Quem destravou o projeto e por quê

Em 2021, tudo mudou. A Universal finalmente entregou a direção a Jon M. Chu, responsável por Em um Bairro de Nova York e Podres de Ricos.


Chu entendeu o quê muitos antes dele não conseguiram: Wicked não é só sobre um universo mágico, é sobre emoção.

Sua visão cinematográfica trouxe de volta a confiança do estúdio e o diretor tomou uma decisão ousada: dividir o filme em duas partes. A primeira parte estreou em novembro de 2024, e a segunda chega aos cinemas agora em 20 de novembro de 2025. A espera, enfim, valeu a pena.

O elenco dos sonhos e o peso da cultura pop feminina

Quando a Universal anunciou Cynthia Erivo como Elphaba e Ariana Grande como Glinda, o projeto ganhou grande destaque.


Era a união de duas potências: a força teatral e premiada de Erivo com o alcance global e pop de Ariana, ícone de uma geração que cresceu ouvindo as músicas do musical original.

A escalação foi celebrada não apenas por fãs de teatro, mas por toda uma comunidade que se viu representada em um conto de fadas diferente, que fala sobre empatia, coragem e identidade.

A química entre as atrizes, as imagens de bastidores e a estética verde-esmeralda criaram um hype raramente visto desde Barbie e La La Land.

Por que demorou tanto

A adaptação enfrentou uma tempestade de obstáculos: disputas de direitos autorais, dúvidas sobre escala e tecnologia, e, depois da pandemia, a dificuldade de encaixar o projeto em uma nova lógica de blockbusters.

O resultado é uma das produções mais ambiciosas já feitas pelo estúdio, com sets práticos, figurinos exuberantes e um elenco de peso que une teatro e música pop.

O que Wicked representa hoje

Mais de vinte anos depois de sua estreia na Broadway, Wicked continua a ser um símbolo de empatia e autodescoberta. Mas, principalmente, um lembrete sobre o que é ser diferente em um mundo que ainda luta para aceitar a diferença.


Em tempos de extremos e intolerância, sua história sobre aceitação e amizade feminina se tornou ainda mais necessária.

A chegada ao cinema é mais do que uma adaptação, é um marco cultural. Wicked fala sobre não se encaixar, sobre ousar ser diferente, e sobre o poder de desafiar a gravidade: dentro e fora dos palcos.

Serviço | Wicked

Onde assistir: Wicked: Parte 1 está disponível no catálogo do Prime Video | Wicked: Parte 2 chega aos cinemas no dia 20 de Novembro de 2025

Direção: Jon M. Chu

Elenco: Cynthia Erivo, Ariana Grande, Jonathan Bailey, Jeff Goldblum, Michelle Yeoh, Ethan Slater.

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daniellacadavez@gmail.com

A Dani é a nossa Girl Boss e diretora na Legião dos Heróis. É Millennial com orgulho, fã de Star Wars, Disney, Jogos Vorazes, ficção científica e romances de época.

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