
Quem foi Eunice Paiva? A história real de ‘Ainda Estou Aqui’
O cinema tem o poder de resgatar memórias e trazer à tona histórias que não podem ser esquecidas. O filme ‘Ainda Estou Aqui’, dirigido por Walter Salles, é um desses exemplos. Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, o longa retrata a trajetória de Eunice Paiva, uma mulher cuja vida foi marcada pela coragem e pela luta por justiça.
Mas quem foi Eunice Paiva e qual a história real por trás do filme?
A vida de Eunice Paiva
Eunice Paiva foi uma advogada e ativista brasileira que dedicou sua vida à defesa dos direitos humanos. Nascida em 1929, se formou em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e se casou com Rubens Paiva, um engenheiro e deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Com a ascensão da ditadura militar no Brasil, em 1964, Rubens tornou-se um alvo do regime, devido à sua posição crítica ao golpe.
Em 1971, Rubens Paiva foi preso por agentes da ditadura e nunca mais foi visto. Eunice passou décadas buscando respostas sobre o paradeiro do marido, enquanto criava os filhos sozinha e enfrentava a constante perseguição do regime. Sua luta incansável a transformou em uma símbolo da resistência e dos direitos humanos no Brasil.

A luta pelos Direitos Humanos
Após a prisão e desaparecimento de seu marido, Eunice Paiva canalizou sua dor em uma batalha por justiça. Tornou-se uma advogada respeitada, sua dedicação contribuiu para o reconhecimento dos desaparecidos políticos no Brasil e ajudou a manter viva a memória das vítimas da ditadura.
Sua luta obteve vitórias tardias, mas significativas. Somente em 1996, o governo brasileiro reconheceu oficialmente que Rubens Paiva havia sido morto sob custódia do Estado. Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade confirmou sua execução e tortura.
O filme Ainda Estou Aqui
Ainda Estou Aqui retrata a dor e a resiliência de Eunice Paiva diante das atrocidades cometidas pela ditadura. Interpretada por Fernanda Torres, Eunice é mostrada como uma mulher forte, que nunca desistiu de buscar a verdade sobre o acontecido com seu marido. O filme destaca não apenas o sofrimento pessoal, mas também a coragem de quem lutou contra um sistema opressor.
Com uma direção sensível e um roteiro baseado em fatos reais, o longa emociona ao apresentar uma história de amor, perda e resistência. A produção tem sido aclamada pela crítica e pelo público, recebendo prêmios em festivais internacionais e sendo indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional. Além disso, Fernanda Torres foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua emocionante interpretação de Eunice Paiva.
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O legado de Eunice Paiva
Eunice Paiva faleceu em 2018, deixando um legado de coragem e justiça. Sua história continua a inspirar novas gerações a lutar por direitos e pela memória daqueles que foram silenciados. Com essa obra, o cinema reafirma seu papel de preservar a memória histórica e garantir que as vozes do passado nunca sejam esquecidas.
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